Esteja na sala de aula, em uma festa ou conversando com visitantes do planetário onde trabalha, Charles Liu sabe que cedo ou tarde alguém vai fazer uma dessas três questões.
“Eu nunca estive em um local público onde as pessoas soubessem o que eu faço e ninguém perguntasse algo do tipo”, comenta o cientista. Ele é professor de astrofísica e trabalha no planetário Hayden.
Ao longo dos anos, Liu desenvolveu algumas respostas muito sólidas, baseadas em evidências científicas e em sua opinião, para essas três questões. Aqui vão elas:
“O que eu digo para as pessoas é que a ciência, em geral, e a astronomia, em particular, não ficam pensando se existe ou não um Deus. Na ciência, as conclusões são tiradas a partir de evidências e confirmações de previsões, e é isso que diferencia o conhecimento científico do não científico.
Recentemente, o Papa Bento disse algo do tipo: ‘A teoria do Big Bang é a prova de que Deus existe’. Na verdade não é. É só uma prova de algo aconteceu no começo do universo, quando não havia tempo ou espaço, e então começou o tempo e o espaço. Para muitas pessoas, as descobertas astronômicas confirmam o que elas já pensavam: que Deus está lá. E para muitos outros, as descobertas dos astrônomos confirmam o que eles já pensavam, que Deus é desnecessário – que Deus não existe.
Então o Big Bang não prova realmente que Deus ou deuses existem ou não, ou se um monstro voador de espaguete é real ou não; é simplesmente muito, muito legal.
“Uma última coisa sobre essa pergunta: as pessoas perguntam, ‘bem, o que você acha?’. E eu digo, ‘eu não sei’. Eu penso que o universo é lindo, complexo e fascinante. E eu não vi nenhuma evidência que mostre um ser divino onisciente no controle do universo. Mas não há nada que diga que isso não existe, também”, conta.
Existem alienígenas?
“Sim. O universo é tão vasto e as leis da natureza tão consistentes que as chances da vida se desenvolver em apenas um local é essencialmente zero. Se a vida apareceu em um lugar, tem que ter aparecido em outros”, diz.
Então, os extraterrestres existem? Sim. Mas eles pousaram na Terra? Não. Nenhuma das chamadas evidências extraterrestres aqui na Terra passou por um teste científico rigoroso.
Vamos, em algum dia, fazer contato com eles? Desde o advento do rádio, sinais são enviados da Terra e viajam cerca de 50 anos-luz, ou 430 trilhões de quilômetros. Mas só a nossa galáxia tem quase 900 trilhões de quilômetros. Então os sinais de rádio teriam que viajar muito mais para pegar pelo menos uma fração da Via Láctea. Então um civilização em algum lugar da nossa galáxia teria quase nenhuma chance de captá-lo, a não ser que estivesse muito perto.
E, ao mesmo tempo, com todos nossos esforços, quase não conseguiríamos detectar sinais de rádio de uma estrela próxima, muito menos uma distante. Então existem chances de conseguirmos fazer contato com vida extraterrestre? “Sempre é possível, mas as chances são muito, muito remotas”, explica.
O aconteceria se eu caísse em um buraco negro?
“Essa é uma pergunta dividida em duas. Aqui na Terra, nós temos as marés. Elas funcionam basicamente com a lua puxando mais um lado da Terra, e como resultado o globo se alonga levemente, dependendo da posição do satélite. Mas a Terra é robusta, então você não a vê se movendo muito, mas a água é líquida, fluindo para o lado alongado”, diz.
Agora, quando você chega perto de um buraco negro, essa interação é aumentada absurdamente. Se você fosse, por exemplo, pular de ponta no buraco, o topo da sua cabeça sentiria muito mais a força gravitacional, até que você parecesse pasta de dente saindo do tubo. Eventualmente você viraria um amontoado de partículas subatômicas que são sugadas para dentro do buraco negro.
O que pode ser ainda mais interessante de se pensar é o que acontece se você entra em um buraco negro e de algum modo consegue não ser estraçalhado. Acontece que, quanto maior o buraco, menos extrema sua superfície é. Se você tem um buraco negro, digamos, do tamanho da Terra, com certeza iria virar espaguete. Mas se ele for do tamanho do sistema solar, então as forças no “horizonte do evento” – isso é, o ponto sem retorno do buraco negro – não são assim tão fortes. Nesse caso, você até poderia manter a integridade.
Nessa situação, o que acontece quando você começa a experimentar os efeitos da curvatura do tempo e do espaço, prevista pela teoria geral da relatividade de Einstein? Primeiro de tudo, você se aproximaria da velocidade da luz, conforme entra no buraco negro. Então, quanto mais rápido você se movesse pelo espaço, mais devagar se moveria o tempo.
E ainda mais, conforme você cairia, coisas estariam caindo na sua frente experimentariam uma dilatação temporal ainda maior. Então se você olhasse para frente, veria cada objeto que caiu lá no passado. E se você olhasse para trás, conseguiria ver tudo que um dia vai cair atrás de você. O ponto é: você veria a história inteira daquele ponto do universo simultaneamente, do Big Bang até o futuro distante. Incrível, não?[Life'sLittleMysteries]
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DA EFE
As duas sondas de prospecção espacial Laboratório de Recuperação da Gravidade e Interior (Grail, na sigla em inglês, ou Graal) interromperão a viagem que fazem no espaço para atingir o seu ponto de destino: a órbita da Lua.
Uma vez lá, as sondas vão explorar o interior do satélite natural da Terra. A chegada está prevista na virada do ano novo.
"Embora desde a década de 1970 tenhamos enviado mais de uma centena de missões à Lua, incluindo seis nas quais os astronautas caminharam sobre sua superfície, a verdade é que há muitas coisas que não sabemos sobre ela", disse Maria Zuber, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), pesquisadora-chefe do programa Grail.
As sondas gêmeas estão viajando rumo à Lua desde o lançamento no último mês de setembro. No próximo sábado (31), uma das sondas gêmeas acionará seus foguetes para diminuir a velocidade de modo que fique submetida à gravidade da Lua a 56 quilômetros da superfície lunar.
No dia seguinte, a outra sonda fará uma manobra similar e ambas traçarão um mapa da gravidade da Lua medindo os efeitos desta força sobre suas trajetórias orbitais.
"Entre as muitas coisas que não sabemos sobre a Lua é por que o lado oculto é tão diferente do lado visível", declarou Zuber, referindo-se ao hemisfério lunar que não pode ser visto da Terra.
"A resposta deve estar no interior do satélite", especula a pesquisadora. Ela acrescentou que a missão de estudo começará em março e deve durar 82 dias, embora os cientistas tenham pedido à Nasa (agência espacial americana) uma prorrogação até dezembro.
PARTICIPAÇÃO DE JOVENS
A missão não está restrita aos cientistas e acadêmicos: cada uma das sondas Grail, impulsionadas por energia solar, está equipada com quatro câmaras operadas por grupos de estudantes de nível médio.
"Mais de 2.100 escolas em todo o país se registraram para este programa", comentou Zuber.
A Nasa qualificou a missão Grail como "uma viagem ao centro da Lua" já que a medição da força de gravidade permitirá a construção de mapas cem a mil vezes mais precisos sobre o interior de satélite que os obtidos até agora.
Durante a missão, as sondas orbitarão a uma distância, uma da outra, de 200 quilômetros. Segundo os cientistas, as mudanças regionais na gravidade lunar farão com que diminuam ou aumentem levemente sua velocidade.
Isto, por sua vez, modificará a distância que as separa e os sinais de rádio transmitidos pelas sondas medirão as variações menores. Desta forma, os pesquisadores poderão criar mapas do campo de gravidade.
Com esses dados, os cientistas serão capazes de deduzir o que há debaixo da superfície lunar com suas montanhas e crateras e poderiam até entender melhor por que o lado oculto da Lua é mais abrupto que o lado visto desde a Terra.
Outro mistério que a missão Grail poderia revelar, segundo Zuber, é se a Terra teve em outro tempo uma segunda lua menor.
Há astrônomos que acreditam que algumas das marcas na superfície da Lua são resultado de uma colisão com um satélite menor.
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A imagem da Nasa (agência espacial norte-americana) tirada e divulgada nesta terça-feira (27) é da galáxia espiral NGC 4151.
Área em vermelho é formada por hidrogênio; os pontos amarelos indicam que ali nasceram estrelas
A área em vermelho que lembra um anel é uma mistura de hidrogênio com matéria que cai em direção à região central da galáxia, em azul.
Já os pontos amarelos indicam regiões onde nasceram estrelas recentemente.
Essa galáxia espiral está localizada a aproximadamente 43 milhões de anos-luz da Terra e também é uma das mais próximas que contém um buraco negro cuja expansão está em ritmo muito acelerado.
Por causa de sua localização, fornece uma das melhores oportunidades para que os astrônomos possam estudar a interação entre os buracos negros em atividade e os gases que circundam a galáxia que o abriga.
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A Nasa acaba de divulgar uma imagem impressionante de duas das mais de 60 luas de Saturno. Nela, Titã --o maior dos satélites, que tem tamanho superior ao do planeta Mercúrio-- aparece acompanhado de Dione, o terceiro maior.
A maior lua de Saturno, Titã, acompanhada de Dione, a terceira maior, com os famosos aneis do planeta ao fundo
As duas luas "posam" com os famosos anéis do planeta.
O registro divulgado hoje foi feito em 21 de maio deste ano pela sonda Cassini, que orbita o planeta. Para chegar às cores de aparência natural, foram combinadas imagens com filtros vermelho, azul e verde.